O Brasil, por tudo o que temos visto em jornais e todos os meios de comunicação, está em estado de prostração. Tudo é ferida, para todos os lados que você se vira, se volta, constata que há uma ferida, tudo é chaga...muita dor, muito sofrimento, muita miséria, meu Deus!
Vejam: até porque ainda somos um, meramente “agente”. Nós não vemos mais nenhum representante do nosso País, em se referindo ao povo, à sociedade, à nação brasileira, a levar a sério. Ele sempre diz: “agente”, nunca o povo, a nação, a sociedade brasileira, etc. Puro reducionismo e desqualificação daquilo que é maior e deveria ser muito bem respeitada, considerada e tratada, que é a nossa nacionalidade, representada pela sua raça, seu povo, a sua história.
Nada disso existe mais em nossa estrutura sociológica e antropológica de raça altaneira e em ascensão civilizatória, apagaram com meia dúzias de idéias corporativistas e pelegas, um rastro histórico que nos empurrava para o surto da ordem e do progresso, como imaginara aquele que assim colocou em nosso brasão esse chamamento. Pena, muita pena que não levemos em conta e respeito o que a história nos destinou. Estamos matando todos os sonhos e ideais deixados pelo marco histórico da brava gente brasileira, herdado da brava gente lusitana, queiram ou não queiram, mas é o desiderato histórico que ninguém pode alterar muito menos adulterar...
Estamos correndo contra o tempo, ou seja, em direção contrária ao tempo do nosso processo evolutivo. Exatamente por falta de respeito não apenas à dignidade humana, mais e precisamente às coisas da natureza e das leis eternas e naturais.
Por falar em respeito, nós que somos seguidores de Francisco de Assis, portanto franciscanos, transcreveremos textos da obra de Francisco de Assis, falando sobre o tema que abordamos aqui. “Respeitem sempre para serem respeitados”; Respeitem à natureza. Ela também protesta, e, apesar de regenerar-se, existe um limite para sua generosidade”; “Respeitem a terra, o fogo, o ar, e as águas. Agradeçam por tudo o que a natureza oferece. Respeitem a lei da vida, Respeitem as leis do Pai, não aquelas impostas por facções religiosas, mas a verdadeira lei do amor, da fraternidade, da igualdade que Ele nos ditou. Seguir essas leis é o caminho para a felicidade e elevação espiritual. Ao transgredirem quaisquer limites impostos, façam-no com consciência, aceitando os riscos que, certamente, ocorrerão. Muitos sábios, profetas, até mesmo políticos, sofreram por reagirem ao estabelecido e pagaram com suas vidas o preço de suas ousadias.”
Sabemos que isso ocorre por desconhecimento dos transgressores das leis eternas e naturais, ou seja, por ignorarem os preceitos do ordenamento divino. É isso o que nos torna um planeta atrasado, pecaminoso, devedor das mais angustiantes dívidas para com as imposições transcendentais. Mais uma vez nos diz a obra de Francisco de Assis: “A ignorância tem que ser vencida. Qualquer forma de agressão deve ser evitada.”
Porém, hoje 20 de janeiro de 2011, às páginas 07 do jornal o globo, lemos uma matéria de autoria do sociólogo Demétrio Magnoli, cujo título é esse: ”700 mortos e oito passaportes.” Por si só o título do texto já demonstra do que se trata. Tem tudo a ver... É uma realidade incontestável, ultimamente reinante nessa mísera república (ou queta) denominada brasil. O subtítulo da sua matéria diz o seguinte: “A república se transfigurou na fazenda dos lulas da silva”, melhor seria ler-se: a coisa pública de trânsfugas é a fazenda dos lulaus da saliva.
Meus amigos, por favor, leiam esta matéria que contêm dados e informações que precisam ser do conhecimento de todos nós. Não podemos ficar acomodados e comendo mosca, como diz a gíria, porque a dor de barriga vai ser nossa, queiram ou não queiram. Porém leiam também o que nos dizem as palavras deixadas pelos franciscanos. Vamos aos fatos: Certa ocasião pessoas que habitavam a região adjacente do Monte Alverne, que estavam sendo sacudidas por fortes temporais, com terríveis chuvas de pedra e tempestades de granizo que arrasavam tudo e causavam grandes danos na terra, na lavoura e no rebanho de animais, perguntaram a Francsico de Assis: “Por que sofrem os bons, aqueles que trabalham e procuram unicamente o caminho do bem? Francisco respondendo mandou que lessem as páginas do livro dos livros, a Sagrada Escritura, e observassem que Deus faz que o sol se levante sobre os maus e os bons, e que a chuva desça sobre o justo e o injusto. Assim como os benefícios da natureza são para todos os homens, também as calamidades e os tremendos reveses atingem os que se desviam da honra e do bem, como sobre os que trilham o caminho da justiça e da honradez. Uns e outros, todos os seres vivem na face da terra, estão sujeitos a causas e feitos dos elementos naturais, independentemente da virtude que tenham ou deixam de ter.
E continuou o sábio e iluminado Il Poverello(o pobrezinho), São Francisco de Assis a dissertar sobre a pergunta que lhe fora dirigida. Disse: Uma epidemia que assola vasta região, uma casa que se incendeia pela ação de um raio, um navio que afunda em virtude de uma tempestade, enchentes e inundações e outros tristes acontecimentos trazem a desorientação a todos, deixando-os cheios de amarguras e perplexos. Custa crer que essa singular distribuição de sofrimento humano não seja outra coisa senão a aplicação das leis gerais que governam o mundo. E, mais se aprofundando sobre o esclarecimento dos fatos, adverte: Inútil pedir a Deus milagres perenes para sustentar seus terríveis efeitos( efeitos aqui, das leis que forem desrespeitadas). Os milagres continuados comprometeriam a estabilidade das leis naturais, que são necessárias ao equilíbrio do mundo. Agora, observe muito bem, meu caro Irmão, Irmã... O dulce e suave Francisco de Assis o que nos alerta: Os bons, na peregrinação terrena, são tão vulneráveis quanto os maus, expostos todos aos mesmos perigos que podem atingir a humanidade inteira. Os homens verdadeiramente bons têm de viver sob condições iguais às dos homens que praticam a maldade.
Irmãos querem melhor justificativas que essas passagens descortinadas pela vida de Francisco de Assis, para que nos compenetremos nessa verdade de que o mal praticado pelo ser humano, apesar de voltar-se contra ele propriamente, também tem o condão e o poder de perpetrar a desgraça e a miséria contra todos indistintamente!?...
Rio, 23/01/2011.
Emmanuel Avelino.
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