Se deixássemos e fosse possível a nós seres humanos agirmos com total desenvoltura e tamanha independência para a consecução das pretensões dos humanos, é claro que nós seres humanos desejaríamos tudo o que fosse fruto da nossa imaginação. O tamanho do nosso querer é incalculável e sem medida. Se tivéssemos a condição de prover os nossos desejos e pretensões não haveria lugar onde colocássemos tudo o que queremos e que ainda assim acharíamos pouco, estariam ainda assim, as nossas pretensões incompletas. Ou seja, dificilmente estamos satisfeito com o tamanho daquilo que possuímos. Se deixar, queremos tudo, e mais um pouco. A medida do “T” (ter) nunca enche, nunca se completa... Esse é o tamanho da nossa ganância, do nosso desespero existencial!..
Porém, há uma condicionante nisso tudo que via de regra nós seres humanos não damos o devido valor e importância, às vezes por desconhecer as leis que regem esse fato, outras vezes até temos algum conhecimento dessas leis mas, disfarçamos as imposições das mesmas, fazemos vistas grossa, e queremos por que queremos preencher o nosso propósito de ter mais e mais, o quanto for possível!
Iniciamos essa matéria com o verbo “deixar” no tempo do pretérito imperfeito do subjuntivo, deixássemos, como se fôssemos portadores de alguma faculdade de poder determinar aquilo que almejamos para nós ou para outrem. Não é verdadeira essa premissa e essa asseveração de que alguém possa ser detentor de poderes para determinar o que algum ser humano possa ter, ser ou receber em benefício de si próprio, seja de que ordem for.
Nós e nem ninguém tem esse poder de estabelecer condições e méritos para que qualquer ser humano venha a se beneficiar de bens, sejam eles de que ordem for, tanto materiais, morais e espirituais, sem que esse mesmo ser humano seja por si mesmo merecedor de tê-los. O que vai determinar com que qualquer um de nós sejamos bafejado com as benesses da lei, será pura e simplesmente o nosso próprio passado existencial, digo, o nosso passado como ser vivido em outras tantas vidas na matéria e do que fizemos com essas mesmas existências em benefício de nós próprios e daqueles que nos foram companheiros de jornadas, em todas essas vidas passadas.
Portanto, a bem da verdade o que todo ser humano deveria mesmo querer e almejar era o de conquistar a medalha de ouro do melhor ser humano do mundo, da face da terra, para que com isso pudesse conquistar méritos e condições benéficas que o qualificassem para a obtenção dos valores morais, dos valores espirituais, e aí sim em condições de poder ter adquirido méritos para a aquisição de todos os outros tipos de benefícios, sejam eles materiais ou não, representem eles o poder ou não, sejam eles de ordem monetária ou não, mas que o dignifiquem e o tornem um ser humano melhorado, portanto em condições e pronto para dar continuidade à sua jornada evolutiva naquela que é a sua verdadeira vida, que é a vida espiritual, como Espírito, que é o que verdadeiramente somos.
No final do primeiro parágrafo dissemos o seguinte: “Se deixar, queremos tudo, e mais um pouco. A medida do “T” (ter) nunca enche, nunca se completa... Esse é o tamanho da nossa ganância, do nosso desespero existencial!..” Mas, que é que significa esse “se deixar”, quem é que pode ser o responsável por esse “se deixar”?.. Deus?, o destino?, o próprio ser humano?, como explicar essa incógnita? Ora, “se deixar” é mera força de expressão, nós somos mesmo assim, empedernidos, afoitos, e dentro da nossa arrogância estamos sempre tentando parecer aquilo que de fato não somos, puro blefe, mera agonia da nossa ansiedade de poder e de conquistar patamares para os quais ainda não estamos preparados, por isso a bazófia, a fanfarrice: se deixar eu faço e arrebento. Mas, arrebentar o que?.. Sim, devemos arrebentar as nossas peias que nos mantêm presos à ignorância que conduzimos sobre as nossas verdades espirituais; devemos arrebentar as nossas amarras que nos seguram restritos ao nosso egoísmo e à nossa vaidade de tudo querer, tudo poder e tudo mandar.
Porém esse deixar ainda não está muito bem explicado!.. Porque em verdade ninguém deixa nada, o que vai permitir ao ser humano - dentro do qual habita um Espírito – alcançar o que este almeja, é nada mais nada menos que o seu “conta corrente”, sim é isso mesmo, essa conta corrente é o balanço de tudo o que ele fez em suas mais diversas e reiteradas existência já vividas e passadas na matéria, lugar onde impreterivelmente deverá honrar e pagar todos os seus compromissos assumidos para com a Espiritualidade Superior, a qual é responsável pela engenharia do Cosmo e que tem como objetivo o aperfeiçoamento de todos os seres Espirituais do Universo, seres estes que quando estão encarnado e vivendo num dos bilhões de orbes do Cosmo se revestem da matéria a que denominamos de ser humano. A humanidade é uma condição dos Espíritos quando os mesmo estão vestidos dessa roupagem material e dentro da qual deverão progredir, desenvolver e evoluírem até a perfeição. É só tentar! É dificil, é, mas com fé, esperança e muito amor, chegaremos lá. Agora vejam o melhor e surpreendente, lá para onde almejamos tanto chegar, lá Deus nos espera, como Pai bondoso, amoroso e compreensivo que aguarda pacientemente o filho pródigo, desgarrado que andou derramando todos os excesso da sua ignorância, impureza e imperfeição. Arrependido e em nossa própria casa teremos a oportunidade de nos reconciliarmos com a verdadeira vontade do nosso Pai, que é nosso Criador, que é Deus.
Rio, 21/03/2011.
Emmanuel Avelino.