É preciso que a sociedade com um todo passe a analisar e preste
bastante atenção para a
responsabilidade das agências de
propaganda que preparam as campanhas eleitorais dos candidatos dos partidos políticos.
Essas campanhas vendem uma idéia a de que o
seu apresentado – o candidato, seja ele
pretendente a qualquer mandato eletivo – conhece o problema social e
político-econômico da sociedade onde vive.
Por
isso mesmo o virtual candidato se propõe, sendo eleito, administrar no período
do mandato que lhe será conferido, as dificuldades e os problemas dos quais não
se nega conhecedor e que pede assim mesmo, e até por causa disso mesmo, o
crédito da outorga do mandato popular; mandato esse saído evidentemente das mãos do povo, para
solucionar as adversidades existentes, adversidades essas das quais se diz
sabedor – o candidato - pois que sabedor
inclusive das deficiências orçamentárias e das verbas disponíveis para tanto,
mais que ainda assim se diz disposto e em condições de resolver os problemas do
povo daquele município, daquele estado ou da própria nação como um todo.
Ora,
esse é um contrato firmado com a consciência da nação, portanto com a consciência
do eleitor que é o detentor do poder da escolha e da aplicabilidade do seu
direito de votar para escolher o melhor, o mais eficiente e capaz de reparar as
desigualdades sócio-econômicas, existentes no seio da sociedade.
Essa
sociedade que é pois a nação politicamente organizada e que tem pois como meta
a administração consentânea e responsável dos direitos sociais, econômicos e
políticos dos seus filhos e cidadãos.
Cidadãos esses que pela sua participação como
contribuinte e como elemento vivo e participativo das idéias sociológicas e
culturais, detêm o poder de determinar quem após se dispor a aceitar as
condições impostas pelo contrato social,
expresso e implícito no desempenho da sua vida pública, em função
exclusivamente da defesa dos interesses da nação, sobre todos os aspectos
abrangentes no que tange aos direitos impostergáveis e indisponíveis dos cidadãos,
possa bem os representar.
Se
isso não acontecer, se o candidato não honrar o compromisso da sua propaganda
de campanha, sem que isso aconteça, o que verificamos é a
quebra indiscutível do contrato social
firmado entre ambos, sem o que o uso do seu mandato é lesivo, nocivo aos
interesses do povo e o detentor do mandato é um prevaricador, um dilapidador,
um embusteiro e um enganador das consciências vivas dos eleitores e detentores
exclusivos dessa força inconspurcável
que é o voto.
Voto
esse pelo qual a consciência de toda uma nação se baliza e se manifesta para colher
os resultados para si própria, sejam eles bons ou nocivos à sua própria
existência e a de todas as gerações que por certos haverão de se suceder.
Rio
de Janeiro, 11/07/2004
EMMANUEL AVELINO
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