IL POVERELLO

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

UM PODER MAIOR SE ALEVANTA!...

Leio hoje nos jornais matutinos que os Estados Unidos estão sendo acusados de preparar uma tecnologia sofisticada para eliminar militantes políticos de esquerda e que esta tecnologia estaria provocando câncer em determinados políticos da América Central e do Sul.


No subtítulo da matéria às pags. 35 do jornal o globo, o político Hugo “Chávez acha estranho doença atingir líderes de esquerda”, e detona: “mencionando experiências médicas americanas na Guatemala nos anos 40, mas disse que não estava acusando os estados Unidos” Entretanto se perguntou: “Não seria estranho se tivessem desenvolvendo uma tecnologia para induzir câncer? Não sei...e aconselhou ao presidente boliviano: cuidado, Evo Morales!”


No mesmo jornal o globo só que às pgs. 25, “Ponto Final” da coluna Ancelmo Góis, leio o seguinte: “Hugo Chávez, presidente da Venezuela, é “muito estranho” que vários líderes e ex-presidentes da América Latina tenham sido diagnosticados, em sequência, com câncer. Ele cogitou, ontem, a possibilidade de haver “uma tecnologia para induzir” a doença.” E conclui o pessoal da coluna: “No mais...como diria o nosso saudoso Bussunda:”fala sério!”


Bem, amigo! É assim que fala um outro apressadinho da globo, e, agora somos nós quem dizemos, falta seriedade em tudo, absolutamente, tudo! Porque, as pessoas desconhecem tudo! O que nós queremos dizer por “desconhecer tudo” é que há um imenso e extraordinário aparato espiritual que envolve todos os seres humanos em suas existências, especialmente em se tratando de pessoas que possuem uma missão, bem “missão” talvez não seja esse o nome, mas que assumiram compromissos espirituais - isto é, antes de chegarem a essa atual existência, nessa vida em que hoje se encontram atuando - com potências espirituais poderosas, que têm como objetivo o domínio desse planeta.


Estamos falando do mundo dos Espíritos? Sim! E por que não, se são eles quem via de regra nos dominam. Vejam o que dizem os Espíritos em resposta a Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, a pergunta 459: “Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Responderam os Espíritos; “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário são eles que vos dirigem.”


As duas citações que fizermos acima do jornal o globo denotam toda essa ignorância das pessoas que se fizeram aparecer por suas declarações extemporâneas, pois que a mente dessas pessoas não acompanharam o desenvolvimento da racionalidade do mundo dos Espíritos. Nós acreditamos que enquanto esses seres humanos relegarem tais conhecimentos e deixarem de lado as sugestões do mundo dos Espíritos, a humanidade deste planeta estará fadada ao desastre, às guerras, aos desmandos políticos, à miséria, ao atraso mental, material, espiritual, às dores e sofrimentos, como nos é próprio do planeta em que vivemos.


Vejam: quando nós aqui colocamos o tempo do verbo na segunda pessoa do plural NÓS, não se enganem não se iludam e nem pensem diferentemente do que efetivamente ocorre. Nós nos pronunciamos em plural porque efetivamente estamos falando em grupo, em consenso como nos orientam os Espíritos da resposta à pergunta de número 459 do Livro dos Espíritos. Nós estamos aqui sentados e confabulando sobre o tema que aqui desenvolvemos, com muito respeito, critério e seriedade. O tema é por demais sério e importante para ser simplesmente comentado e pronto!


Admitimos também que haja da parte de outros a discordância do que aqui colocamos, porém para que esse indivíduo possa nos contestar necessário se faz que ele tenha se informado e esclarecido esteja, após ter lido no mínimo todas as obras do Allan Kardec, León Dinis, Galileu Galilei, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Hector Durville, Francsico Cândido Xavier, Manoel Philomeno de Miranda, Hermíno Correia de Miranda, José Lacerda de Azevedo, Vitor Ronaldo Costa, Robson Pinheiro, para citar apenas alguns que nesse instante nos foram indicados. Se quem nos contesta não tiver tido esse cuidado de adquirir tal embasamento, nos desculpem, mas temos mais o que fazer.


Porém, vejam os senhores: o senhor Hugo Chávez não estar de todo errado. Se me permitem, antes quero deixar aqui uma informação que julgo interessante para o acompanhamento dos fatos e comentários. É o seguinte: Quando lá em 2008, por ocasião da campanha para presidente dos Estados Unidos, acompanhávamos o desenrolar de todo aquele aparato político, tivemos a oportunidade de levar ao conhecimento do comitê de campanha do candidato Obama, uma matéria sobre a trajetória política dos Estados Unidos diante o contexto planetário. Enviamos um artigo nosso para o então candidato com o seguinte título. “Um Presidente Negro!?”, publicado no www.emmanuelavellino.blogspot.com, em 02/11/2008, onde levávamos ao conhecimento daquele que seria o futuro presidente daquela nação - já sabíamos que seria o vencedor, de certeza, certa – informando a esse senhor o que a espiritualidade, seja, o que Os Espíritos viam e sabiam sobre a conjuntura da humanidade desse planeta. Está lá vejam!


O senhor Hugo Chávez sabe, se não o sabe vai ficar sabendo agora, assim como todos os demais envolvidos com o contexto comprometedor dos compromissos assumidos, e diga de passagem, são compromissos aterradores, não só para com as suas pátrias mas com reflexos para o continente e para o planeta como um todo. Sabem tais Espíritos, hoje, agora, neste instante encarnados nesses personagens políticos, o tamanho do aparato espiritual que os envolvem. Eles não desconhecem um pormenor que seja desse contexto espiritual ao qual estão umbilicalmente presos. Todos Sabem muito bem disso e muito bem tratam desse assunto.


Evidentemente que tratam desse assunto às caladas, com absoluta reserva e secreto, mas que para o mundo dos Espíritos esse esconderijo não existe, eles desvendam tudo e tudo sabe, até porquê em se tratando de decisões e manifestações de vontades que vêm em prejuízo da humanidade, uma força maior se alevanta e sabe tudo e controla tudo e determinado em manter as forças do bem destoem o que for nefasto e maléfico, os eliminando paulatinamente, um a um até se restabelecer o equilíbrio. Para as forças do bem e da paz, não existe segredo que se perpetue onde quer que esteja malocado, ou camuflado, se desfaz ante as força e o poder do Bem, representadas por Jesus e as forças da Paz, representadas por Francisco de Assis.


É certo que todo esse aparato citado pelo senhor Hugo Chávez existe. Entre si, digo os pares em disputa pelo mando e o poder temporal, político, econômico e potentados conhecem muito bem como isso funciona. Até porque desses meios também se valem para combater os adversários e inimigos políticos. O que ele está falando e do que ele está falando, ele também se utiliza. É uma guerra das trevas, aparentemente “oculta” porque num outro plano do astral, mas que todos eles acompanham em reuniões com Espíritos encarnados e desencarnados em seu Bunker de guerras e destruição para simplesmente se tronarem os detentores dos poderes do mundo. Reuniões com Espíritos por esses ditos “líderes” são realizadas permanentemente para demandarem petardos de guerras neste plano do astral com a finalidade de eliminar o inimigo. Aconselho àqueles que queiram maiores informações sobre o tema que é palpitante, mas não se pense que é ficção, que leiam obras especializadas sobre Apometria, Psicometria e Física Quântica. Fácil, acessem o Google e façam suas pesquisas...

Rio, 30/12/2011

Emmanuel Avelino.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DO FUNDO DA ALMA...

O título do assunto por si só já diz tudo. Se verdadeiramente desejamos enveredar por este tema, temos antes de qualquer coisa que nos compenetrar e suplicar e orar e nos colocarmos prostrados diante da consciência cósmica a qual detém todos esses arquivos e todas as leis que determinam e regem essa engenharia da vida dos habitantes/espíritos dos universos do macro-cosmo.


Esse tema é extremamente empolgante e envolvente, haja vista não se poder falar em espiritismo, em doutrina espírita, em filosofia espírita e nem em ciência espírita sem que antes nos dermos conta de que sem se acreditar e conceber a alma como elemento vinculante entre o Espírito e a matéria não professaremos o espiritismo e nem obteremos conclusões e resultados práticos do que nos ensinam e esclarecem pedagogicamente toda a espiritualidade superior.

A espiritualidade superior que são os nossos professores espirituais quer encarnados, quer desencarnados, detém todo esse cabedal de cultura e conhecimentos destinados ao professorado pedagógico de ensinamento de todas as consciências espirituais existentes no universo, e o canal pelo qual atuam é precisamente o da alma.

A alma é o marco existencial que baliza todas as passagens do espírito pela matéria. A alma é quem afirma e confirma o feito existencial deixado pelo Espírito na matéria. A alma é a confirmação da missão do espírito atuante em cada encarnação pela qual o mesmo se expressou e deixou patente sem sombras de dúvidas, se cumpriu ou não o compromisso assumido na erraticidade, antes de ingressar em cada uma das suas encarnações sucessivas.

A alma do Espírito serve de cartão identificador e referencial do mesmo sempre que este tenha que atuar em qualquer que seja a dimensão vibracional para se expressar como individualidade seja na matéria, seja nos páramos das camadas superiores onde atuam quando desencarnados e como Espíritos, pois que este cartão é uma identidade que os revela em todas as suas ocorrências desde a sua criação até o estágio mais quintessenciado como espírito demandado da criação divina.

Ou seja, deverá constar do acervo denominado alma, todos os fatos, todas as manifestações, todas as vivências de todas as vidas pelas quais passou o Espírito. A alma é verdadeiramente um banco de dados que alimenta a consciência do Espírito que por sua vez transborda esses fatos vivenciais para a consciência cósmica da qual todas as almas se abastecem e têm conhecimento das suas e das de todos os espíritos que estão evidentemente na mesma faixa evolutiva e vibracional que a sua.

Qualquer manifestação do espírito deverá passar obrigatoriamente pela rede gerencial da alma. O seu maior objetivo é justamente registrar todas as manifestações do espírito e enviá-las para o banco de dados da consciência cósmica que é o gerenciador que processa a Onisciência do criador do universo. Por isso a alma se constitui num elemento fundamental quando se quer entender e estudar o espiritismo e toda a sua ciência formadora de consciências e individualidades.

Não há como se conceber a manifestação do Espírito sem a sua alma; seria o mesmo de querer conceber a manifestação da visão sem os olhos. Por isso podemos dizer, mal comparando, que a alma são os olhos do Espírito. A alma são os olhos do Espírito porque como já dissemos acima, ela filtra e registra todos os acontecimentos pelos quais o Espírito transita em sua existência. O Espírito tem como marco regulador dos seus atos e manifestações, a sua alma. A alma serve de espelho onde se refletem todos os comportamentos, passados, presentes e futuros do Espírito.

A alma, pois, constitui um elo permanente entre a existência do Espírito e de todas as suas encarnações na matéria, o que servirá de canal de acesso sempre que se tenha que entrar em contacto com o registro acásico das existências transatas do Espírito. Esse elo se constitui em elemento verificador das vidas passadas pelo Espírito, as quais por um código de ética comportamental jamais poderão ser ocultada das demais almas em estágio vibracional e dimensional idêntico ao das suas consciências espirituais.

Portanto, com as almas entre si, atuantes fora da matéria, não existem segredos. Entretanto é bom se frisar que as mesmas deverão estar no mesmo grau de evolução e vibração cósmica de idêntico quilate, para que se possam acessar entre si e se auto-devassarem em suas consciências espirituais, como estabelecem as leis éticas e morais do espiritismo universal. Essas leis se impõem, por serem de conformidade com os altos desígnios do criador e têm como finalidade a justiça que a todos igualha por equidade e equilíbrio dos seus atos, falhas e erros, dando oportunidades inestimáveis a que todos de consciência aberta se dêem por conta do que praticaram em suas vidas na matéria e o que devem reparar e corrigir para se recomporem e reconduzirem diante das leis do criador.

A alma é o caminho para DEUS. Portanto, devemos tratar com muito cuidado esse elo divinatório, dispensando um cuidado todo especial com esse elemento providencial que nos eleva às consciências transformadoras e construtoras de todas as vidas do Cosmo que se respaldam nas palavras e pensamentos emanados das consciências superiores, as quais se manifestam em nós pelos ductos de suas almas boníssimas e puras, o que nos conforta e nos impulsiona para a senda do bem e do amor ao próximo e a tudo que por muito próximo está dentro do nosso ser espiritual, pelo caminho do nosso elo inestimável que nos conecta com as consciências superiores, que é a nossa alma.

Mas, a alma também é um canal vazadouro pelo qual se manifestam todas as nossas existências na matéria em todos os tempos da nossa existência como Espírito. Através da alma podemos acessar as nossas existências e vidas passadas. A alma é o elemento de referência pelo qual deixamos extravasar tudo que tenha nos acontecido em qualquer uma das nossas existências na matéria. A esse canal pelas leis dos Espíritos a que nos reportamos, o denominamos como sendo a mediunidade da alma quando atuando na matéria. Portanto, quando se afinam e vibram na mesma sintonia as almas se auto revelam entre si, propiciando esse relacionamento de altíssima freqüência, a abertura do canal das consciências espirituais entre si. Ai, neste ponto estará firmado a faculdade da mediunidade, sendo este um dos meios pelos quais se expressam as almas dos Espíritos desencarnados com os encarnados na matéria.

A manifestação da alma depende fundamentalmente da capacidade de nossas consciências. A capacidade da nossa consciência é quem limita a atuação e o desempenho da nossa alma. A nossa alma só atua dentro das limitações da nossa consciência espiritual. Portanto, não devemos esperar que por meio desse canal possamos acessar patamares que nos são restritos em face da nossa evolução espiritual. Não! Há limitações que fazem com que a nossa alma se restrinja a tais estágios, pois que tais fatos dependem fundamentalmente do nosso grau de evolução a que neste momento nos prendemos e nos rendemos, por desiderato da racionalidade superior.

O universo de fatos existenciais pelos quais o Espírito já percorreu é o que constitui o caminho trilhado pela alma, co-autora com a sua consciência. Assim, as vidas passadas pelo Espírito são vivenciadas pela sua alma que contribuiu com a constituição de todo esse acervo de dados, fatos e conhecimentos que aportam o Espírito em toda a sua caminhada rumo a perfeição e evolução, próprias da sua finalidade primeira, estabelecida pelas leis de progresso e evolução, impostas pela consciência cósmica do criador dos universos.

Nós Espíritos que somos os habitantes desse turbilhão de mundos e universos transitamos por todos esses espaços cósmicos através das faculdades da alma, as quais nos permitem estabelecer convivência e contatos com as demais consciências espirituais que estejam em sintonia com as vibrações da nossa consciência e com o grau de desenvolvimento e evolução a que pertencemos. A partir desse ponto, ou seja, no momento em que atingirmos determinado patamar evolutivo, podemos ter a convicção de que o contacto entre consciências espirituais é possível, via as faculdades das almas que interagem entre si. Quando tivermos atingido essa escala de progresso das nossas consciências podemos ter a certeza de que o acesso ao conhecimento e a manipulação das leis da natureza e do Espírito nos será facultado e ai a nossa alma terá o livre arbítrio de se auto-determinar e agir de acordo com os princípios morais dos quais seja detentora.

A linguagem do Espírito, o idioma da alma é o pensamento. Portanto basta que pensemos para que estabeleçamos o convívio e o relacionamento entre consciências, que são bancos de dados do Espírito, o qual operacionaliza esses dados através da sua própria alma. A alma pode-se dizer é o órgão que verbaliza o discurso e as idéias emanadas da consciência do Espírito. A alma, portanto, possui as propriedades e as faculdades de manifestação do Espírito sob as mais diversas, infinitas e multifacetadas ações e atitudes da sua consciência. Portanto, possui o Espírito um órgão central armazenador de todas as suas existências, onde constam todos os seus atos e procedimentos existenciais pelos quais passou e se submeteu que é a sua consciência, a qual fornece tais dados armazenados da existência do Espírito, à manipulação e ação ostensiva da alma desse mesmo Espírito, o qual processa toda a sua caminhada de progresso e evolução pelo desiderato da sua própria alma.

Portanto, a alma se constitui no elemento de manifestação da vontade implícita ou explícita, dos desejos da volição do Espírito. Através da sua alma o Espírito atua diante das leis cósmicas do universo. Dependendo do seu grau de evolução poderá o mesmo manipular idéias e pensamentos da sua e de outras consciências espirituais. Assim, mediante esse processo mental do Espírito, poderá o mesmo interferir e influenciar a mente e o processo mental de outros Espíritos, usando a sua capacidade de emitir pensamentos e de se impor pela consistência dos mesmos, fazendo com que aqueles cuja vibração dos pensamentos seja menor se submeta à sua e vice-versa, e assim sucessivamente se dar entre as consciências dos Espíritos os quais contam sempre com atuação efetiva da alma.

A alma é um personagem que o Espírito assume toda vez que se prende à carne. Todavia ao se desprender da matéria, ao se desfazerem os laços que a prendem encarnada a alma volta ao seu estado de Espírito em essência e em toda a sua plenitude existencial.

É, pois, condição para que o Espírito evolua, que o mesmo se submeta à determinadas condições existenciais, na matéria. Essas condições por ocasião de encarnado podem ter sido solicitadas pelo próprio espírito que desejando crescer na sua jornada, quis se submeter a certas situações e provas para poder demonstrar ante a providência divina de que se encontra em condições satisfatórias e preparado para dar um passo a mais na sua caminhada espiritual.

Assim sendo, nem sempre as agruras pelas quais por ventura estejamos submetidos como espírito numa determinada encarnação, é porque tenhamos tido uma anterior a atual, de ações e comportamentos no mal. Necessariamente, não! Podemos ter tido um excelente desempenho em encarnações anteriores à atual e, portanto podemos por sua vez termos solicitado à espiritualidade superior de que desejamos na tal ou qual encarnação passar por essa ou aquela prova, justamente para crescermos em escala evolutiva e também para aprendermos e compreendermos as dificuldades de certas e determinadas condições de existências na matéria, a qual ainda não vivenciamos.

Como haveremos de nos desempenhar, e do resultado desse desempenho poderá resultar em frutos que poderão ser bons, sofríveis ou maléficos a nossa caminhada. Todavia essa foi a nossa vontade manifestada ante aqueles que nos seguem orientando como mentores e professores das nossas metas e programas de vida espiritual, os quais nos acompanharão até que atinjamos um patamar de evolução no qual não necessitemos mais ter que se submeter à carne.

A alma acompanha incessantemente esse ir e vir da consciência espiritual, sendo esse o elemento sobre o qual atua a alma em qualquer que seja a dimensão em que o Espírito esteja vivendo em determinado momento da sua existência como ser espiritual criado por DEUS. O Espírito, portanto, sabe a priori que em cada peça que ele representa, em cada encarnação que ele vive, que o mesmo deverá contar com a presença indispensável da sua alma que o envolve com a personalidade e as características próprias daquele momento específico, fruto daquela condição a que se lhe foi destinada, tanto por solicitação sua, quanto às vezes por imposição da espiritualidade suprema, em virtude da necessidade de o mesmo reparar falhas e erros de encarnações passadas.

Verdadeiramente nós Espíritos somos autênticos atores que permanentemente estamos atuando no palco da vida do universo, vivenciando as mais diversas e variadas condições de vida e de experiências, sempre intrinsecamente ligados e dependentes, por que não dizer e reconhecer a esse elo magnificente que nos alimenta e consubstancia ante os desígnios de DEUS, que é a nossa ALMA.

Rio, 25/12/2004
 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

UM ALERTA AO ESPÍRITO

Nós Espíritos que estamos provisoriamente vivendo em um corpo constituído de matéria densa, plasmada, a que chamamos de carne, temos que admitir que este estágio é o resultado, é a conseqüência, é o efeito, é o fruto de um aparato, de um contexto, de um mecanismo cósmico, o que vem a ser um processo complexo da engenharia do mundo quintesseciado onde habitam os Espíritos e se encontra em uma dimensão que é inatingível pelos cinco sentidos utilizados pelo Espírito quando está encarnado na matéria.


Portanto se constitui em uma monstruosa ignorância alguém querer demonstrar e descobrir quem é Deus, ou como funcionariam as leis de Deus que estão muito além da nossa vã inteligência, inteligência esta que se encontra limitada às percepções dos nossos cinco sentidos, sentidos estes limitadores por si mesmos do conhecimento humano.


Vamos ver se entendemos tudo?...


Ora, quando eu Espírito estou encarnado na matéria, que é o que está acontecendo agora, neste exato momento em que escrevo estas linhas, esse meu existir, para que eu possa estar nele, necessário se fez que eu Espírito o houvesse preparado antecipadamente, antes de descer à carne. Sim, eu preparei toda essa situação, para que vindo ingressar nela tudo pudesse se dá e acontecer mais ou menos como fora a minha previsão e o planejamento a que me submeti por ocasião da minha necessidade de encarnar para cumprir minhas tarefas para o meu progresso material e espiritual.


Isso quer dizer que há em volta de mim, tanto da minha parte material, do meu corpo de carne, quanto do meu corpo Espírito um verdadeiro aparato laboratorial e de leis que regem todo esse processamento, que me mantêm existindo e percebendo o meu desempenho dentro de todos os fatos que constituem e correspondem à minha própria vida a qual deverá estar atuando de acordo com o que me fora programado para essa encarnação e que tenho que dar conta, sempre em busca do êxito e do sucesso, daquilo que me propus realizar e alcançar.

O nosso eu egoístico nem sempre se dar por conta dessa realidade, desse compromisso assumido, seja como uma prova, seja como num processo de expiação, seja numa missão, etc. Até que, quando, aqui chegamos em um processo de missão, momento esse em que se trona mais fácil ao Espírito perceber esse estágio, perceberá mais facilmente, pois que o mesmo já se encontra mais evoluído e despertado para essa realidade.


É o caso de individualidades que já vêm e chegam trazendo em sua bagagem missões. Incisivas, muito claras diante do processo existencial, nos servindo de exemplo vidas como a de Francisco de Assis, Francisco Xavier, Cícero Romão Batista, Joana D’Arc, apenas para citar alguns.


Via de regra nós espíritos somos relutantes ao compromisso assumido toda vez que ingressamos no corpo denso. Encontramos sempre um motivo, uma brecha para fugirmos desse compromisso e só fazemos aquilo que no nosso entender for mais sutil, mais suave, para a nossa existência material. Nesse ponto, agindo de forma matreira e fugindo da nossa real condição de Espírito compromissado, estamos assumindo uma condição da lei, que manda que seja observado e acatado o nosso livre-arbítrio.

Aí, lá se vai tudo por água abaixo. E, mais uma vez, mais uma existência é usada para nos desviarmos da nossa caminhada de melhoramentos e evolução. Todavia, toda essa situação deve ser entendida e respeitada pelos nossos mentores e protetores superiores e espirituais. Dizem eles: fazer o quê? Mais uma vez houve prevalecido o livre-arbítrio. Ou seja, mais uma vez fugimos dos nossos compromissos reencarnatórios.


E, voltando ao mundo espiritual, lá vamos ficar por mais um longo período, um longo tempo, caminhando à deriva até quando mais uma vez somos socorridos e conduzidos a um tratamento espiritual para que tenhamos refeitos os nossos padrões vibratórios e possamos entender o que se passou com a nossa vida em mais uma etapa queimada e não aproveitada na última encarnação vivenciada.


É bom que possamos compreender de que nada disso se dá por acaso. Na nossa ficha, no nosso cadastro existencial, lá estar registrado e arquivado, com observações e tudo o mais, todos esses momentos vivenciados e passados por nós Espírito andante e viajor dos tempos.


Esse aparato todo nos acompanha sistematicamente, ele nos observa, nos monitora, nos assiste em todos os momentos da nossa existência como Espírito. E, cada vez que encarnamos o cerco vai apertando, provas são exigidas para que tenhamos créditos de podermos solicitar novos ingressos na matéria. Expiações são impostas para provocar o despertar e o alerta para os compromissos assumidos e sempre esquecidos após o ingresso na carne.


As missões que às vezes são impostas, servem para propiciar a correção da rota sempre desviada, e é por isso que não raras vezes nos damos por conta do envolvimento que nos cerca a nos provocar dores, sofrimentos, mal estar, etc., para que entendamos verdadeiramente a obra de Deus. Para que percebamos que não há porque fugir sempre do que foi planejado, do que foi decidido antes da encarnação no corpo material.


Fica até ridículo que só imaginemos a desculpa e o perdão pelos nossos deslizes frente ao não cumprimento dos nossos compromissos, como se em tudo isso fosse passado uma borracha e deixasse de existir na nossa fichinha escolar do nosso jardim de infância espiritual!


Não, esses dados nunca deixarão de existir. Eles sempre nos serão mostrados e exibidos sempre e quando tivermos que mais uma vez negociarmos a próxima oportunidade de ingresso na carne para almejarmos a nossa melhora material e o nosso progresso evolutivo como ser espiritual.


E o pior. Pior porque não devemos desconhecer e, portanto devemos estar cientes de que voltaremos tantas vezes quantas forem necessárias para honrarmos todos os nossos compromissos uma vez que como Espírito somos seres imortais, somos eternos!



Rio, 14/12/2011

Emmanuel Avelino.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PSIQUIATRIA, ESPIRITISMO, SUBMISSÃO

                    Devo dizer que a inspiração, o gancho se quiserem, me veio após tomar conhecimento do artigo publicado no jornal o globo de 05/12/2011, de autoria do sociólogo Paulo Delgado, abordando o tema da medicina psiquiátrica e a indústria de medicamentos, suas conseqüências e seu mote, “a força da tutela”.


                     Devo acrescentar que não poderia deixar passar essa oportunidade para adicionar aos meus estudos espíritas, este tema por deveras instigante que é a psiquiatria, o espiritismo e o mais que está submetido a este universo das relações humanas.

                   Irei transcrever na íntegra o artigo do sociólogo Paulo Delgado, adicionar alguns comentários, se necessários, assim como transcreverei também um fato descrito pelo médico Inácio Ferreira, publicado no livro de sua autoria denominado “Novos Rumos à Medicina”, há mais de meio século.

                   O tema que ambos abordam é a psiquiatria e o seu universo de implicações decorrentes dos conceitos e visão de quem a opera, de quem a utiliza e sob que meios e modos a emprega, suas conseqüências e resultados positivos e negativos. Acrescenta-se o fato de ser o médico Inácio Ferreira um estudioso do Espiritismo e ter uma concepção firmada nesta doutrina, diante da qual utilizava seus estudos médicos e psiquiátricos para solucionar as doenças e agruras dos seus pacientes, lá no Sanatório Espírita de Uberaba, fundado lá pelos idos de 1910, e apesar “da perseguição ao Espiritismo que era tremenda”, como relata o próprio.

                   Devemos observar a importância e a dimensão do tema abordado pelos dois doutores no assunto. Um, o Dr. Paulo Delgado, que como sociólogo tem uma visão que podemos classificar mais antropológica das condições naturais do homem, o outro, o Dr. Inácio Ferreira que por ser médico, está mais afeito ao aspecto transcendente do homem e sua alma, ou propriamente o seu Espírito, ainda que a grande maioria dos seus pares assim não entenda.

                   Na concepção do Dr. Inácio Ferreira, diz ele entre aspas “Psiquiatria é a ciência que estuda as doenças mentais – e doença mental é a doença do entendimento, abrangendo, com este termo, um sentido vasto dos atos quer conscientes, subconscientes ou inconscientes, de cuja análise não se pode prescindir.”

                    Alega ainda em seu estudo, “que apesar das discussões porfiadas; os congressos, reunindo as maiores capacidades; os livros, os compêndios, os tratados, como provas palpáveis de que se estuda, trabalha e investiga. Apesar de tudo isso, a Psiquiatria continua marcando passo, permanecendo sempre aquém dos demais ramos da medicina, incapaz, sem forças e sem meios para minorar sofrimentos, dores e angústias!”

                    Diz mais: “se para os diagnósticos e as classificações ela ainda não pôde galgar, sequer, os primeiros degraus para ir ocupar a cátedra que lhe compete entre as demais partes que compõem o todo científico, que dizer, então, das suas finalidades, sem o apoio de uma terapêutica criteriosa e sensata? Apoiada no materialismo; circunscrevendo o seu esforço em torno do corpo humano; empregando o seu tempo e as suas investigações tão-somente em torno da matéria; esquecida da vastidão do campo que se lhe apresenta em frente; empanada pelo orgulho do saber e da competência; obumbrada por todas essas circunstâncias, admite fronteiras à sua penetração e um fim como despejo para as suas derrotas – O TÚMULO!”

                    Há muita veemência e determinação nas afirmações do Dr. Inácio Ferreira, veja; “Em vez de confessar criteriosamente o erro em que, a cada passo, se atropela; em vez de abandonar a sua rotina oficial, sem proveito, sem finalidade e sem esperanças, persiste em enganar a si própria com termos difícies, nem sempre significativos. Não satisfeita ainda, sem a paciência necessária para o bom termo das pesquisas e experimentações, deixa assaltar-se por um nervosismo incontido, procurando agrupar em um termo único, tudo o que tem escapado aos seus exames, às suas observações, análises e experimentações. Em uma palavra – procura arranjar, para regalo das vistas profanas, um túmulo rico, vistoso e imponente para nele sepultar os resultados da sua própria incapacidade! Pobres túmulos que não passam de simples valas comuns, cuja profundidade não resiste, sequer, à aragem branda dos acontecimentos e dos fatos que se processam, continuamente nos Centros Espíritas.”

                    Ou seja, para o que estar apelando o Dr. Inácio Ferreira, médico, psiquiatra, espírita, cientista, pesquisador da realidade do ser humano em sua essência como Espírito, o qual pode estar em um determinado momento encarnado, habitando a matéria em um corpo físico, e num outro momento esse mesmo Espírito poderá estar desencarnado, fora da matéria, vivendo em outra dimensão, mas vivo e atuante como qualquer um de nós aqui e agora?

                    É que as dores da alma, as agruras vivenciadas pelo Espírito, nessa ou em outras tantas encarnações, poderão interferir na vida desses mesmos Espíritos ou de outros que neste momento se encontram encarnados, vivos, donos de um corpo de carne e osso, sentimentos, emoções, angústias, histerias, psicoses, neuroses, obsessões, etc., os quais poderão estar acometidos de algum distúrbio mental, e que a causa desse problema pode não ser meramente orgânica, mas de ordem espiritual, intoxicação que dormita nele mesmo desde outras existências.

                    Porém o ideal seria que se pusesse às mãos essa extraordinária obra que é o livro escrito pelo Dr. Inácio Ferreira, “Novos Rumos à Medicina”, publicado pela Livraria e Editora Espírita Humberto de Campos da Federação Espírita do Estado de São Paulo, para que se pudesse apreciar com mais autenticidade e diante da proficiência desse grande Mestre se avaliar a importância desse tema tão presente em todos os momentos da nossa vida e tão incapazes se encontram para solucionar as dores da alma, aqueles que delas se dizem cuidar.

                    Agora, iremos transcrever uma parte desse livro do Dr. Inácio Ferreira, cujo título do assunto se chama “Reflexo de Injúrias”, e que começa com uma citação feita pelo autor da obra, de um trecho do francês, médico e espírita Charles Richet, que diz: “Ces faits existent, et celui que se livrer à pareille étude, longue, pénible, douloureuse, dans laquelle chaque progrès est marqué par d’angoissantes incertitu des, celui-la será recompense de sa paine. Il pourra entrevoir derrière le monde normal et banal des événements de cheque jour, tout um monde nouveau, occulte aujourd’hui, et scientifique deman.”

                    Vamos cuidar da tradução para darmos continuação à transcrição. “ Estes fatos existem, e aquele que se entregar a semelhante estudo, longo, penoso, doloroso, no qual cada progresso está marcado por angustiosas incertezas, será recompensado de seu esforço. Poderá entrever, atrás do mundo normal e banal dos acontecimentos diários, um mundo novo, oculto hoje e científico amanhã.”

                    Eis o texto do Dr. Inácio Ferreira: “ As agências telegráficas e os jornais diários do mundo inteiro espalham, constantemente, as notícias e fotografias de verdadeiras tragédias que abalam os nossos sentimentos e os abalarão, ainda, por muito tempo, enquanto a Terra caminhar tão lentamente para a sua evolução.

                    As tragédias foram de todos os tempos.

                    Os últimos acontecimentos, porém, desenrolados mormente no recesso dos lares, têm-se caracterizado pela hediondez daqueles que os perpetram, com requintes de barbaria.

                    São pormenorizadamente descritos com as cores tétricas do horrível, com pinceladas de sangue e esgares de sofrimentos, dando-se-lhes, como origem, inúmeras causas, porém, nem sempre, os que os descrevem percebem os verdadeiros motivos.

                    A Ciência oficial pôe-se em campo, alvoroçada e estimulada pelos governantes.

                    O álcool e a sífilis – os dois maiores fatores que se vão perpetuando, de geração em geração, como estigmas de degenerescência, ainda são os verdadeiros espantalhos a preocupar o tempo e o esforço dos inúmeros sábios que trabalham afanosamente, a fim de atenuar os estragos por eles originados.

                    Os vícios campeiam, degenerando, cada vez mais, os cérebros já por si doentes e enfraquecidos.

                    Álcool, sífilis, entorpecentes, ainda são, mormente para os psiquiatras, as correntes principais que serpeiam, minando os alicerces da Humanidade, procurando levá-la ao desequilíbrio, fazendo com que se despenhe nas profundezas das trevas, em estertores de dor e de desespero.

                    Com afã eles dificultam a venda do álcool; espalham postos para o combate à sífilis; cada vez mais guerreiam os traficantes, embora estes continuem dizimando, quais verdadeiras torrentes abrindo sulcos profundos no terreno da tranqüilidade humana.

                   Maquinismos poderosos substituem o braço humano, aumentando a caudal dos desempregados, que vagueiam, ao léu, na revolta íntima com o desespero, sentindo a fome e o frio rondarem em torno do seu lar!

                    Interesses recíprocos, na ânsia de fortunas e bem-estar que, quando não satisfeitos, ferem o orgulho e o amor-próprio, lançando o homem cegamente aos desvios, aos desfalques e aos jogos, no desejo de se apegar a uma tábua de salvação!

                    Vida agitada, infrene, continua, enquanto o tempo marcha, inexorável, na sua continuidade de luz e trevas, enquanto os homens se agitam na ânsia de horas de gozos e dissipações enfraquecendo os cérebros, abatendo o psiquismo, definhando a matéria!

                    Tudo isso é trivial! Tudo isso é corriqueiro, por demais conhecido dentro, principalmente, dos gabinetes médicos – os verdadeiros repositórios para as dores, as lágrimas e os desesperos da Humanidade que sofre.

                    E a Terra vai, assim, girando, no seu ciclo eterno, indiferente, enquanto os países se preparam para maiores hecatombes, enquanto as tragédias se avolumam, sacudindo de pavor os povos que se debatem, reconhecendo, aos poucos, as leis divinas e eternas, que governam os mundos e melhoram as criaturas.

                    Quantas e quantas tragédias, todavia, poderiam facilmente ser evitadas se os homens de Ciência lançassem as suas vistas, os seus sentidos e as suas pesquisas para o mundo invisível, para o mundo espiritual, com o mesmo afã, com a mesma boa vontade, com o mesmo carinho com que pesquisas a matéria e estudam o organismo!

                    Se não se encontra o fator interno – lesão do organismo; se não se encontra o fator externo – condições e meios de vida – por que não se procurar o fator invisível?

                    Ele existe. É uma realidade.

                    Quando sangue, quanta lágrima, quantas dores, gemidos e lamentos seriam evitados em milhões de lares!

                    Quantos cubículos das prisões e dos hospícios não se esvaziariam, se os consultórios médicos fossem tendas de trabalho onde o Espírito e o Mundo Espiritual fossem também estudados com o mesmo carinho com que são estudados os vários distúrbios do organismo!

                    A par das notícias das grandes descobertas, para atenuarem a dor física, a dor orgânica, o telégrafo não cessa também de espalhar, aos quatro cantos do mundo, os pormenores de tragédias horripilantes que se sucedem, cada vez mais com requintes de perversidade e de sadismo!

                    No ano passado, um louco (?), em um dos hospitais do Rio, estraçalhou seu companheiro de cubículo.

                    Um filho que matou a mãe.

                    A esposa, dantes meiga e carinhosa, sem um motivo plausível, extermina o esposo e os filhos, a machadadas.

                    No Rio, há pouco, um exemplar chefe de família, suicida-se, após tentar eliminar a esposa e os filhos.

                    Procurando vários médicos e professores especialistas, pois, sentia-se desnorteado, recebeu como diagnóstico surmenage, excesso de trabalho – e, com essa simples justificativa, os dias foram correndo até que explodiu a tragédia, transformando um lar, antes feliz, em um ambiente de dor e lágrimas, onde imperam hoje a viuvez e a orfandade.

                    Há tempos, fomos chamados à casa de uma família residente aqui, em Uberaba.

                    Um casal, vivia feliz, no lar organizado, onde duas lindas crianças davam a nota da alegria e da vivacidade. Casados havia vários anos, sem que a menor pertubação quebrasse aquele ambiente.

                    Fazia três meses, porém, que a mulher, demonstrando pelo marido um ciúme exagerado, começou a guardar todo o dinheiro que lhe caía nas mãos, alegando que o esposo gastava com a sua rival.

                    Brigas, discussões, dia e noite. Trabalho paralisado. Prejuízos enormes. Crianças abandonadas.

                    O esposo, desorientado com esses acontecimentos, desesperançado da Medicina e revoltado com a sogra que, em vez de apaziguar os ânimos, ao contrário, mais os exasperava, já promovia meios para enviar a esposa para a Itália, porquanto não mais podia trabalhar em semelhantes condições, assitindo ao desmoronar de um pecúlio ganho com tanto trabalho e sacrifício.

                    A mulher redobrava sua vigilância, e tudo era motivo para desconfiança e discussões.

                    Os vizinhos e amigos intervinham, e seus conselhos, pedidos e demonstrações só serviam mais ainda para exasperá-la.

                    Dizia que, à noite, a rival mandava jogar gases no seu quarto para fazê-la dormir, dando, assim, oportunidade ao esposo para sair. Sempre vigilante,não dormia. Apesar de sentir fome, também não se alimentava, e só às escondidas bebia alguma coisa, com a desconfiança de que em tudo havia gases para lhe perturbar os sentidos. Vigilância, dia e noite, perturbada pelo ciúme.

                    Após minucioso inquérito, constatamos o seguinte: - O marido, homem trabalhador, apesar dos prejuízos decorrentes destes acontecimentos, achava-se em ótima situação financeira. Correto, direito, nada depunha contra o seu procedimento como chefe de família e como homem de negócios, no lar e na sociedade.

                    A mulher, sadia, sem nenhuma perturbação funcional. Fluxo menstrual normal. Exames de laboratório negativos.

                    Não existia o fator pessoal. Não existia o fator meio. Procuramos, então, o fator invisível.

                    Dela tudo ouvimos pacientemente. Vários médicos já haviam tentado o seu tratamento e foram tão variados que recusava, terminantemente, qualquer medicação.

                    Notamos tratar-se de um caso de subjugação e que, se não fosse socorrido a tempo, chegaria à possessão.

                    Eram católicos fervorosos, apresentando, assim, a primeira dificuldade.

                    Todavia o esposo aceitou o nosso alvitre em interná-la num hospital espírita, não só lançando mão de mais um recurso para a cura da esposa, como também pelo critério e pela viabilidade da explicação que fizemos ligeiramente, procurando demonstrar a possibilidade da perseguição de um espírito inimigo, inconsciente ou vingativo, fazendo-lhe ver, assim, o perigo a que se expunham no seu lar, pois ela seria capaz, de um momento para outro, de matar o marido e os filhos, suicidando-se em seguida.

                    Com muito custo, com subterfúgios, conseguimos interná-la.

                    Água e alimentação dadas à força, a ponto de ficar com lábios, gengivas e língua machucados e irritados.

                    Cinco dias após, confirmando tratar-se de um caso de obsessão, organizamos o nosso trabalho – bons médiuns curadores, médium de incorporação, da máxima confiança, e médium vidente.

                    Conseguimos falar com o espírito obsessor. Terrível, revoltado por estar preso e não poder agir à vontade.

                    Nada de positivo, propriamente, conseguimos.

                    A médium, pela qual a entidade se manifestara, achava-se com a saúde abalada e devido à revolta tremenda do espírito, fizemos com que se desincorporasse, a fim de não sacrificá-la, esperando melhor oportunidade.

                    Cinco dias depois, organizamos novo trabalho, com as mesmas precauções e a mesma finalidade.

                   Foi uma sessão, que enquadramos no rol das verdadeiras sessões espíritas. Médiuns irmanados no sentimento do bem, desenvolvidos e com a boa vontade, dando, até mesmo, algo de si próprios em benefício dos que sofrem.

                    Incorporou-se o espírito. Silencioso durante muito tempo, demonstrando revolta, pelos gestos e atitudes. Não queria falar e ninguém o obrigaria a isso.

                    Com muito custo, com rodeios e paciência, procuramos tocar num ponto sensível – a família.

                    Com o despertar dessas recordações antigas, chorou muito, derramando lágrimas sentidas, à proporção que lhe vinham as recordações do passado.

                    E assim se referiu por entre prantos, entrecortados por soluços:

                    “Sou um espírito consciente do meu estado. Odeio e hei de odiar e perseguir a mãe desta criatura. É uma velha orgulhosa, ruim, má.

                    Há de pagar todo o mal que me fez.

                    Na penúltima existência, me chamava Mafalda Lorenzi.

                    Morava em Nápoles, em companhia de meus pais e dois irmãos, e todos se dedicavam à venda de peixes.

                    Casei-me aos dezoitos anos de idade e, por intrigas da velha, mãe dessa senhora e que era nossa vizinha naquela existência, fui expulsa do meu lar. Sofri muito, fui muito insultada, padecendo as anátemas e as injúrias por um mal que não havia praticado.

                    Meu irmão, sempre amigo, suicidou-se de desgosto.

                    Ela riu de tudo isso, satisfeita com tanta infelicidade por ela mesma provocada.

                    Também, suicidei-me, antes que maior fosse a desonra para os meus.

                    Sofri muito, imenso, com esse gesto, até que chegasse à compreensão de estar vivendo no mundo espiritual, já como desencarnada.

                    Pouco tempo depois, ela também faleceu. Segui-a sempre; nunca a abandonei. Foi sempre má, orgulhosa, ruim.

                    Tenho procurado, agora, fazer com que ela sofra o mesmo que sofri.

                    Meu irmão reencarnou-se como filho dela, nesta existência.

                     Ele a expulsou de casa e, há pouco tempo, em um desastre de automóvel, desencarnou-se, acabando de cumprir o resto da existência que havia cortado com suas próprias mãos.

                    Ela chorou, pagando, assim, os sorrisos que esboçou quando ele se havia suicidado.

                    As mesmas intrigas que fez de mim procurava eu, agora, fazer por intermédio dela mesma, contra a filha e o marido, obrigando este a expulsá-la também de casa e, quando não, expulsar a mulher, fazendo com que sofresse os mesmos anátemas que sofri, e ela, a mesma dor, a mesma tortura e o mesmo desgosto que, por sua causa, minha mãe sofrera.”

                    Procuramos despertar o bom sentimento desse espírito. Falamos sobre o perdão e sobre a evolução.

                    Com o auxílio dos guias, conseguimos que se apresentasse o próprio espírito de sua mãe.

                    Chorou muito, reconhecendo estar praticando um mal, atrasando, assim, a sua própria evolução. Partiu, contente, satisfeita, em companhia de sua mãe, abandonando o seu plano de vingança, ciente de que leis Divinas regem a Humanidade, alicerçadas no princípio de que o Ser Supremo não perdoa; dá, sim, às suas criaturas, ensejos para que sofram as mesmas conseqüências dos males e das boas ações que sempre praticaram e praticam.

                    NOTA – Todo o mundo, em Uberaba, conhece essa família. L.B., irmão da paciente, antigo peixeiro em Nápoles, que se suicidou por desgosto do que havia acontecido com sua irmã, reencarnou-se, agora, como filho da antiga vizinha, por sua vez, agora reencarnada como mãe da paciente.

                    Trabalhou aqui muitos anos, como peixeiro e açougueiro, conseguindo relativa fortuna. Casou-se e constituiu família. Desesperado com intrigas cosntantes provocadas pela sua própria mãe, de fato, expulsou-a de casa. Desencarnou há um ano, mais ou menos, vitimado por um acidente de automóvel.

                    A filha, condoída, recolheu a mãe. Agora, recomeçou com as mesmas intrigas, a ponto de que o genro quisesse também expulsá-la de casa e mandar a esposa para a Itália, onde residem seus parentes.

                    Tudo isso não se realizou devido à intervenção que levamos a efeito como conhecedor da Doutrina e como pesquisador das causas invisíveis, quando não encontrados os demais fatores: - fator pessoal e fator meio.

                    RESULTADO: - a paciente, reconhece, agora, a si mesma, de quase nada se recordando do que havia feito antes.

                    Voltou a felicidade antiga ao lar e são mais dois amigos da Verdade a espalhá-la entre os antigos amigos e vizinhos, ainda abalados com a transformação tão rápida da paciente.

                    Vive feliz, satisfeita. Continua boa, completamente consciente, freqüentando sessões de desenvolvimento, pois é médium de incorporação.

                    Se não conhecêssemos mais esse fator, grande auxiliar para a Psiquiatria, ainda estaríamos obrigando a paciente a tomar remédios e injeções até que, em breves dias, mais uma tragédia idêntica à do Rio, sacudiria de pavor, ainda uma vez, todos aqueles que dela tivessem conhecimento.

                    Quantas e quantas tragédias poderão ser, assim, evitadas, quando a Medicina estender o seu campo ao tratamento do espírito e as suas observações além do plano terráqueo!

                    São observações e conceitos verdadeiros que lançamos ao mundo.

                    Pouco valerão, bem o sabemos.

                    O furação, porém, já se anuncia, e a sua força e velocidade serão bastantes para levá-los bem longe, despertando os sentimentos e a curiosidade dos homens de Ciência, descortinando-lhes um novo mundo e novos recursos pata estancarem a caudal de dores que serpeia pela Terra. A claridade assim se fará e a Medicina, com essa réstia luminosa, poderá caminhar com mais segurança nessa estrada tortuosa, à beira da qual gemem inúmeros infelizes, desprezados como incuráveis.”

                    Este nosso empenho em apresentar o enfoque feito por dois estudiosos do assunto, apesar da distância entre um e outro – seja, mais de cinqüenta anos que os distancia – é para enfatizar que o problema não é recente, mas que se arrasta há décadas sem que a saúde pública, a quem compete encará-lo, tome as devidas providências, mas, esta simplesmente, vira-lhe as costas.

                    Porém, como muito bem nos demonstra o Dr. Inácio Ferreira, ocorre que a problemática vivenciada pela Ciência Médica especializada em psiquiatria, desconhece e faz questão de não tomar conhecimento do lado mais importante do ser humano que é fundamentalmente o seu transcendente, o seu invisível, o seu espírito. Ora, lidar com o Espírito esteja ele encarnado em um corpo de carne ou fora desse mesmo corpo de carne, portanto, encarnado ou desencarnado, é algo tão fácil e simples como lidar normalmente com qualquer pessoa do nosso dia a dia corriqueiro. Há formalidades procedimentais? Há! Agora perguntamos: há formalidades procedimentais para que eu que sou um advogado, possa me investir e imbuir das minhas faculdades intelectuais e mentais em busca da defesa dos direitos do meu constituído, ante o contexto jurídico das instituições e perante toda uma magistratura? Há. Senhores... Nada diferente em se tratando do mundo espiritual, o mundo das idéias, o mundo dos pensamentos, o nosso mundo onde verdadeiramente atuamos como espíritos que somos. É para esse fato que o Dr. Inácio Ferreira nos conclama, meus senhores! Independentemente de qualquer que seja a minha, a sua, a nossa atividade exercida no contexto social em que vivemos. Vamos aprender a ouvir, falar, conversar, discutir e conviver com o mundo invisível, com os nossos semelhantes e iguais que são os espíritos. Fora dessa realidade não haverá salvação e nem solução para os problemas que afligem toda a humanidade.

                    Bem, visto isto vamos agora deixar o contexto em que vivem os espíritos, ou seja, o mundo invisível, para contextualizar problemas do mundo visível, demonstrado muito bem pelo artigo do Dr. Paulo Delgado.

                    “O sofrimento virou doença. Qualquer mal-estar diante do mundo, um distúrbio. A ambição grandiosa da psiquiatria está cada vez mais perecida com o sem limite do mercado financeiro. Querem que todos vivam suas leis de ferro, amedrontados e submissos. Nada melhor para a criação de crises do que um poder sem sociedade, com regras próprias, exercido sobre todas as pessoas, sem que elas tenham direito de reagir ou ficarem indiferentes. Basta dar o nome de diagnóstico para relacionar sintomas e definir como transtorno qualquer manifestação da personalidade.

                    Quando a prática da medicina, subjugada à indústria de medicamentos, se oferece como cárcere, ficamos diante de uma verdadeira bomba embrulhada como se fosse terapia. Pior quando uma especialidade médica transforma em missão sanitária esconder hábitos e tarefas de uma sociedade indiferente a vida dos outros e que só vê as pessoas de forma binária: com sucesso, ou fracassadas.

                    A Organização Mundial da Saúde (OMS)anda preocupada com a definição de doença mental que a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doença Mental – universalmente conhecido como DSM-V – anda preparando. A ser lançada em 2013, mas já objeto de tensa polêmica no meio psiquiátrico, especialmente norte-americano, a nova edição da DSM, transforma o cérebro num disco rígido. Um computador sem alma, intoxicado, num mundo cada vez mais doente e que somente poderá ser salvo por remédios. A OMS alerta que não aceita a desenvoltura da classificação, porque não é doença o que não pode ser caracterizado patologicamente, tem etiologia desconhecida, não possui padrão uniforme, não pode ser confirmado.

                   Quem não viveu, alguma vez na vida, alguma destas graves “doenças” psiquiátricas: abuso ou abstinência de substâncias, ansiedade, autismos, déficit de atenção, transtorno bipolar, confusão, desatenção, tendência à psicose, transtorno de personalidade, comportamento antissocial, apego reativo, amnésia, esquizofrenia, distúrbios diversos, etc. São tantos os nomes das “doenças do nervo” que agora viraram sinônimo de remédios e comportamentos, que começa a ficar preocupante o convívio humano. A menos que a sociedade perceba a gravidade dessa verdadeira epidemia que é querer tratar pela psiquiatria as dificuldades e problemas que fazem parte da vida. Junte os ritmos cada vez mais velozes e insanos da vida diária a esta forte tradição que tem a medicina de “encaixar um sintoma”, prescrever um remédio e mandar para o hospital que vamos todos viver dopados. Qual é a definição de transtorno mental? Quem pagará pela tragédia que o diagnóstico errado causa na vida das pessoas?

                    Qualquer coisa malfeita afeta todos. Mas quando é feita na rua aos olhos de todos como se fosse uma acusação, seja pelos despossuídos que usam crack, seja pelas autoridades que usam o arbítrio para fazer a cidade limpa, há aí outra vertente impiedosa dessa epidemia da tutela. Aqui o erro vem na sua forma prática como serviço, depósito de exilados. No mesmo embrulho mistura arbítrio e falsa legalidade e dá o nome de tratamento para o que abandono. Chama de falha moral a ousadia de esses jovens se desintegrarem nas ruas e praças. O usuário de crack compartilha a única localização no espaço urbano onde o efeito do que faz não é insignificante para os outros. Gerador de atenção e afeição momentânea não consegue transformar em sonhos o que está vivendo. Se o judiciário diz que é legal passeata para defender o que é considerado ilegal, de onde sai a ousadia da autoridade para recolher das ruas e retirar direitos de jovens pobres e abandonados? Onde pretende devolvê-los?

                     Dar o nome de terapia à indiferença social e ao fracasso da política pública – que não tem força para destinar recursos para serviços abertos 24h, descentralizados e multiprofissionais de acolhimento – só confirma a força que a indústria médica da tutela continua a ter sobre a população.

                    O que só aumenta a tragédia que é ver o sofrimento não gerar mais afeição”.

                    Bem, pelo exposto deixamos a cada um dos leitores a formação de juízo de valor sobre o que dissertamos. Entendemos que qualquer estudo que se faça sobre a mente do ser humano, requer um aprofundamento indispensável sobre o seu lado espiritual. Talvez se soubermos entender e conviver com esse outro aspecto de nós próprios, da nossa consciência, aí encontremos a resposta para todas as nossas dúvidas existenciais.

Rio, 12/12/2011

Emmanuel Avelino