IL POVERELLO

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DO FUNDO DA ALMA...

O título do assunto por si só já diz tudo. Se verdadeiramente desejamos enveredar por este tema, temos antes de qualquer coisa que nos compenetrar e suplicar e orar e nos colocarmos prostrados diante da consciência cósmica a qual detém todos esses arquivos e todas as leis que determinam e regem essa engenharia da vida dos habitantes/espíritos dos universos do macro-cosmo.


Esse tema é extremamente empolgante e envolvente, haja vista não se poder falar em espiritismo, em doutrina espírita, em filosofia espírita e nem em ciência espírita sem que antes nos dermos conta de que sem se acreditar e conceber a alma como elemento vinculante entre o Espírito e a matéria não professaremos o espiritismo e nem obteremos conclusões e resultados práticos do que nos ensinam e esclarecem pedagogicamente toda a espiritualidade superior.

A espiritualidade superior que são os nossos professores espirituais quer encarnados, quer desencarnados, detém todo esse cabedal de cultura e conhecimentos destinados ao professorado pedagógico de ensinamento de todas as consciências espirituais existentes no universo, e o canal pelo qual atuam é precisamente o da alma.

A alma é o marco existencial que baliza todas as passagens do espírito pela matéria. A alma é quem afirma e confirma o feito existencial deixado pelo Espírito na matéria. A alma é a confirmação da missão do espírito atuante em cada encarnação pela qual o mesmo se expressou e deixou patente sem sombras de dúvidas, se cumpriu ou não o compromisso assumido na erraticidade, antes de ingressar em cada uma das suas encarnações sucessivas.

A alma do Espírito serve de cartão identificador e referencial do mesmo sempre que este tenha que atuar em qualquer que seja a dimensão vibracional para se expressar como individualidade seja na matéria, seja nos páramos das camadas superiores onde atuam quando desencarnados e como Espíritos, pois que este cartão é uma identidade que os revela em todas as suas ocorrências desde a sua criação até o estágio mais quintessenciado como espírito demandado da criação divina.

Ou seja, deverá constar do acervo denominado alma, todos os fatos, todas as manifestações, todas as vivências de todas as vidas pelas quais passou o Espírito. A alma é verdadeiramente um banco de dados que alimenta a consciência do Espírito que por sua vez transborda esses fatos vivenciais para a consciência cósmica da qual todas as almas se abastecem e têm conhecimento das suas e das de todos os espíritos que estão evidentemente na mesma faixa evolutiva e vibracional que a sua.

Qualquer manifestação do espírito deverá passar obrigatoriamente pela rede gerencial da alma. O seu maior objetivo é justamente registrar todas as manifestações do espírito e enviá-las para o banco de dados da consciência cósmica que é o gerenciador que processa a Onisciência do criador do universo. Por isso a alma se constitui num elemento fundamental quando se quer entender e estudar o espiritismo e toda a sua ciência formadora de consciências e individualidades.

Não há como se conceber a manifestação do Espírito sem a sua alma; seria o mesmo de querer conceber a manifestação da visão sem os olhos. Por isso podemos dizer, mal comparando, que a alma são os olhos do Espírito. A alma são os olhos do Espírito porque como já dissemos acima, ela filtra e registra todos os acontecimentos pelos quais o Espírito transita em sua existência. O Espírito tem como marco regulador dos seus atos e manifestações, a sua alma. A alma serve de espelho onde se refletem todos os comportamentos, passados, presentes e futuros do Espírito.

A alma, pois, constitui um elo permanente entre a existência do Espírito e de todas as suas encarnações na matéria, o que servirá de canal de acesso sempre que se tenha que entrar em contacto com o registro acásico das existências transatas do Espírito. Esse elo se constitui em elemento verificador das vidas passadas pelo Espírito, as quais por um código de ética comportamental jamais poderão ser ocultada das demais almas em estágio vibracional e dimensional idêntico ao das suas consciências espirituais.

Portanto, com as almas entre si, atuantes fora da matéria, não existem segredos. Entretanto é bom se frisar que as mesmas deverão estar no mesmo grau de evolução e vibração cósmica de idêntico quilate, para que se possam acessar entre si e se auto-devassarem em suas consciências espirituais, como estabelecem as leis éticas e morais do espiritismo universal. Essas leis se impõem, por serem de conformidade com os altos desígnios do criador e têm como finalidade a justiça que a todos igualha por equidade e equilíbrio dos seus atos, falhas e erros, dando oportunidades inestimáveis a que todos de consciência aberta se dêem por conta do que praticaram em suas vidas na matéria e o que devem reparar e corrigir para se recomporem e reconduzirem diante das leis do criador.

A alma é o caminho para DEUS. Portanto, devemos tratar com muito cuidado esse elo divinatório, dispensando um cuidado todo especial com esse elemento providencial que nos eleva às consciências transformadoras e construtoras de todas as vidas do Cosmo que se respaldam nas palavras e pensamentos emanados das consciências superiores, as quais se manifestam em nós pelos ductos de suas almas boníssimas e puras, o que nos conforta e nos impulsiona para a senda do bem e do amor ao próximo e a tudo que por muito próximo está dentro do nosso ser espiritual, pelo caminho do nosso elo inestimável que nos conecta com as consciências superiores, que é a nossa alma.

Mas, a alma também é um canal vazadouro pelo qual se manifestam todas as nossas existências na matéria em todos os tempos da nossa existência como Espírito. Através da alma podemos acessar as nossas existências e vidas passadas. A alma é o elemento de referência pelo qual deixamos extravasar tudo que tenha nos acontecido em qualquer uma das nossas existências na matéria. A esse canal pelas leis dos Espíritos a que nos reportamos, o denominamos como sendo a mediunidade da alma quando atuando na matéria. Portanto, quando se afinam e vibram na mesma sintonia as almas se auto revelam entre si, propiciando esse relacionamento de altíssima freqüência, a abertura do canal das consciências espirituais entre si. Ai, neste ponto estará firmado a faculdade da mediunidade, sendo este um dos meios pelos quais se expressam as almas dos Espíritos desencarnados com os encarnados na matéria.

A manifestação da alma depende fundamentalmente da capacidade de nossas consciências. A capacidade da nossa consciência é quem limita a atuação e o desempenho da nossa alma. A nossa alma só atua dentro das limitações da nossa consciência espiritual. Portanto, não devemos esperar que por meio desse canal possamos acessar patamares que nos são restritos em face da nossa evolução espiritual. Não! Há limitações que fazem com que a nossa alma se restrinja a tais estágios, pois que tais fatos dependem fundamentalmente do nosso grau de evolução a que neste momento nos prendemos e nos rendemos, por desiderato da racionalidade superior.

O universo de fatos existenciais pelos quais o Espírito já percorreu é o que constitui o caminho trilhado pela alma, co-autora com a sua consciência. Assim, as vidas passadas pelo Espírito são vivenciadas pela sua alma que contribuiu com a constituição de todo esse acervo de dados, fatos e conhecimentos que aportam o Espírito em toda a sua caminhada rumo a perfeição e evolução, próprias da sua finalidade primeira, estabelecida pelas leis de progresso e evolução, impostas pela consciência cósmica do criador dos universos.

Nós Espíritos que somos os habitantes desse turbilhão de mundos e universos transitamos por todos esses espaços cósmicos através das faculdades da alma, as quais nos permitem estabelecer convivência e contatos com as demais consciências espirituais que estejam em sintonia com as vibrações da nossa consciência e com o grau de desenvolvimento e evolução a que pertencemos. A partir desse ponto, ou seja, no momento em que atingirmos determinado patamar evolutivo, podemos ter a convicção de que o contacto entre consciências espirituais é possível, via as faculdades das almas que interagem entre si. Quando tivermos atingido essa escala de progresso das nossas consciências podemos ter a certeza de que o acesso ao conhecimento e a manipulação das leis da natureza e do Espírito nos será facultado e ai a nossa alma terá o livre arbítrio de se auto-determinar e agir de acordo com os princípios morais dos quais seja detentora.

A linguagem do Espírito, o idioma da alma é o pensamento. Portanto basta que pensemos para que estabeleçamos o convívio e o relacionamento entre consciências, que são bancos de dados do Espírito, o qual operacionaliza esses dados através da sua própria alma. A alma pode-se dizer é o órgão que verbaliza o discurso e as idéias emanadas da consciência do Espírito. A alma, portanto, possui as propriedades e as faculdades de manifestação do Espírito sob as mais diversas, infinitas e multifacetadas ações e atitudes da sua consciência. Portanto, possui o Espírito um órgão central armazenador de todas as suas existências, onde constam todos os seus atos e procedimentos existenciais pelos quais passou e se submeteu que é a sua consciência, a qual fornece tais dados armazenados da existência do Espírito, à manipulação e ação ostensiva da alma desse mesmo Espírito, o qual processa toda a sua caminhada de progresso e evolução pelo desiderato da sua própria alma.

Portanto, a alma se constitui no elemento de manifestação da vontade implícita ou explícita, dos desejos da volição do Espírito. Através da sua alma o Espírito atua diante das leis cósmicas do universo. Dependendo do seu grau de evolução poderá o mesmo manipular idéias e pensamentos da sua e de outras consciências espirituais. Assim, mediante esse processo mental do Espírito, poderá o mesmo interferir e influenciar a mente e o processo mental de outros Espíritos, usando a sua capacidade de emitir pensamentos e de se impor pela consistência dos mesmos, fazendo com que aqueles cuja vibração dos pensamentos seja menor se submeta à sua e vice-versa, e assim sucessivamente se dar entre as consciências dos Espíritos os quais contam sempre com atuação efetiva da alma.

A alma é um personagem que o Espírito assume toda vez que se prende à carne. Todavia ao se desprender da matéria, ao se desfazerem os laços que a prendem encarnada a alma volta ao seu estado de Espírito em essência e em toda a sua plenitude existencial.

É, pois, condição para que o Espírito evolua, que o mesmo se submeta à determinadas condições existenciais, na matéria. Essas condições por ocasião de encarnado podem ter sido solicitadas pelo próprio espírito que desejando crescer na sua jornada, quis se submeter a certas situações e provas para poder demonstrar ante a providência divina de que se encontra em condições satisfatórias e preparado para dar um passo a mais na sua caminhada espiritual.

Assim sendo, nem sempre as agruras pelas quais por ventura estejamos submetidos como espírito numa determinada encarnação, é porque tenhamos tido uma anterior a atual, de ações e comportamentos no mal. Necessariamente, não! Podemos ter tido um excelente desempenho em encarnações anteriores à atual e, portanto podemos por sua vez termos solicitado à espiritualidade superior de que desejamos na tal ou qual encarnação passar por essa ou aquela prova, justamente para crescermos em escala evolutiva e também para aprendermos e compreendermos as dificuldades de certas e determinadas condições de existências na matéria, a qual ainda não vivenciamos.

Como haveremos de nos desempenhar, e do resultado desse desempenho poderá resultar em frutos que poderão ser bons, sofríveis ou maléficos a nossa caminhada. Todavia essa foi a nossa vontade manifestada ante aqueles que nos seguem orientando como mentores e professores das nossas metas e programas de vida espiritual, os quais nos acompanharão até que atinjamos um patamar de evolução no qual não necessitemos mais ter que se submeter à carne.

A alma acompanha incessantemente esse ir e vir da consciência espiritual, sendo esse o elemento sobre o qual atua a alma em qualquer que seja a dimensão em que o Espírito esteja vivendo em determinado momento da sua existência como ser espiritual criado por DEUS. O Espírito, portanto, sabe a priori que em cada peça que ele representa, em cada encarnação que ele vive, que o mesmo deverá contar com a presença indispensável da sua alma que o envolve com a personalidade e as características próprias daquele momento específico, fruto daquela condição a que se lhe foi destinada, tanto por solicitação sua, quanto às vezes por imposição da espiritualidade suprema, em virtude da necessidade de o mesmo reparar falhas e erros de encarnações passadas.

Verdadeiramente nós Espíritos somos autênticos atores que permanentemente estamos atuando no palco da vida do universo, vivenciando as mais diversas e variadas condições de vida e de experiências, sempre intrinsecamente ligados e dependentes, por que não dizer e reconhecer a esse elo magnificente que nos alimenta e consubstancia ante os desígnios de DEUS, que é a nossa ALMA.

Rio, 25/12/2004
 

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