Por que devo esconder a minha
condição de espírito? Esconder de quem que sou um espírito? Como esconder, eu
que sou um espírito, de você que também
é um espírito? Como se isso fosse possível! Mas, me esconder de você em minhas
condições viva de luz, de energia em si manifesta, consciente e possuidora de
razão, tudo isto estabelecido pelo detentor das energias das energias? É isso a
que se denomina a causa primária de todas as coisas! Como me esconder perante
todo esse contexto existencial? Espírito sou e caminho na minha condição
progressiva de ter partido do zero da ignorância para a perfeição da minha
sabedoria, trilhando uma escala de evolução na qual vou me equiparando desde o
verme até minha inteligência sublime e próximo da perfeição suprema! Como não reconhecer que é um espírito a se
manifestar àquele que mediante o seu grau de evolução neste instante se
encontra vibrando e em sintonia com as forças da natureza e seus elementares e
que por isso mesmo estar ainda hoje na
escala dos aborígenes? Como descartá-lo da sua condição primitiva e dizer que
só reconhecemos a manifestação de espíritos puros, perfeitos e superiores com
os quais nos comunicamos pelos canais de médiuns e videntes? É possível pelo fato de ainda estar
um espírito num grau atrasado da sua evolução, deixar ele de também ser um
espírito? Só devemos levar em consideração a manifestação dos espíritos, ditos
superiores, para que possamos acreditar na existência e na manifestação
verdadeira de um espírito e levá-lo em acatamento, enquanto para um espírito
atrasado na sua escala evolutiva, para este a sua manifestação – através de um
médium, é claro – não existe? Podemos creditar a existência do espírito que se
apresenta confirmando a sua condição de ter passado entre nós, demonstrando que
fora no passado Chico Xavier – isto é um exemplo – nos convencendo mediante a
demonstração dos seus feitos e não devemos acreditar num outro espírito que nos
visita demonstrando de que fora no passado um preto velho ou um índio, mediante
a demonstração dos seus feitos? Aquele fora Chico Xavier, esse fora Araribóia, esse outro fora uma preta velha
conhecida por vovó Maria Conga da Bahia? A todos devemos reconhecer como sendo
espíritos, ou apenas só reconheceremos se for o espírito de Chico Xavier, André
Luiz, Bezerra de Menezes, porque espíritos de mais luz e de maior evolução é
que se nos será permitido tê-los como espíritos e aos outros não? Afinal todos
somos espíritos. Encarnados hoje, ontem desencarnados, amanhã novamente desencarnado,
como não reconhecer esse processo da nossa própria caminhada espiritual, e por
que ter vergonha de bradar a nossa condição mesma de ser extra corpóreo se não
passamos disso e não seremos outra coisa, quer queiram quer não, do que meros
espíritos a perambular pelos escaninhos da existência cósmica, como energia bruta
em processo de lapidação, purificação e
aperfeiçoamento? Fica aqui, finalmente, uma interrogação, alguém aqui entre nós, desconhece que é um
espírito? Alguém aqui entre nós tem medo de ser espírito?
Rio, 31/05/2012
Texto excelente !
ResponderExcluirParabéns.
José Leonardo