AUTA DE SOUZA
Ficou órfã aos três
anos, com a morte de sua mãe por tuberculose, e no ano seguinte perdeu
também o pai, pela mesma doença. Sua mãe morreu aos 27 anos e seu pai aos 38
anos.
Auta e seus quatro
irmão passaram a ser criados em Recife pela avó materna, D. Silvina Maria da
Conceição de Paula Rodrigues, conhecida como Dindinha, e pelo seu marido Sr.
Francisco de Paula Rodrigues de Souza que desencarnou quando a menina tinha 6
anos. Quatro anos depois, na noite de 16 de fevereiro de 1887, outra
experiência dolorosa marcou a vida dela, seu irmão Irineu Leão Rodrigues de
Souza foi vítima de um incêndio produzido pela explosão de um lampião de
querosene que lhe tirou a vida.
Antes de completar 12
anos, Auta foi matriculada no Colégio São Vicente de Paulo, onde recebeu
carinhosa acolhida por parte das religiosas francesas que dirigiam a
instituição e que lhe ofereceram primorosa educação: Literatura, Inglês,
Música, Desenho e aprendeu a dominar também o Francês, o que lhe permitiu ler
no original: Lamartine, Victor Hugo, Chateaubriand, Fénelon.
No ano de 1890, aos
14 anos de idade, manifestaram-se os primeiros sintomas da tuberculose que lhe
debilitou as forças da juventude e que acabou por levá-la ao desencarne na
madrugada de 7 de fevereiro de 1901, aos 24 anos de idade.
Era sempre vista
lendo para as crianças pobres, para mulheres humildes ou para os velhos
escravos.
Apesar de todo o
sofrimento por que passou Auta nunca perdeu a fé e o amor a Jesus e buscou nas
suas experiências inspiração para escrever uma obra poética das mais belas,
“Horto”, seu único livro, que foi publicado em 20 de junho de 1900, é uma
manifestação de dor, mas também de fé cristã.
Em 1936, através da
abençoada mediunidade do apóstolo Chico Xavier, voltou a transmitir suas
poesias que foram incluídas na primeira edição de Parnaso de Além Túmulo,
lançado pela Federação Espírita Brasileira.
Em 14 de novembro de
1936, houve a instalação da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, com a
poltrona XX, dedicada a Auta de Souza.
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