Meus respeitabilíssimos, cumprimentos.
Hoje tive a oportunidade de assistir a partida entre você e Tom Bed, um adversário à altura da sua estirpe, entretanto devo dizer-lhe que a sua derrota foi muito mais interna, da sua emocionalidade do que méritos do seu adversário. Estavas claramente fora do seu habitual.
Faltava algo em você que se pode até imaginar, digamos: a presença do seu tio, coisa que o valha.
Mas, parece-me que algo mais o incomodava. Percebi que poderia tratar-se de algo que vinha do seu coração. Havia uma insatisfação interna que o incomodava. Sua, evidentemente, sua... Mas, como escondê-la diante do seu público?.....Impossível, meu irmão!
A sua profissão de tenista, por si só já o torna um guerreiro. E um guerreiro antes de tudo é um solitário. Mas, é um guerreiro! Tem que vencer a tudo e a todos, inclusive a você próprio e às suas idiossincrasias. É o preço de todos aqueles que são heróis.
Veja, não é que você perdeu aquela partida, mas é, fundamentalmente, o que o levou àquela postura incomum a você próprio, o que facilitou a vitória do seu adversário. Isso só você o sabe. E o sabe muito bem. Portanto, não fique triste.... Faz parte do histórico das nossas vidas, as adversidades. Fique certo de que o mundo todo compreendeu aquele seu instante. Para nós seus fãs e admiradores, em nada nos afetou esse fato, pelo grande vencedor que és.
Esperamos que você não se abata por essa simples passagem em sua histórica e exemplar vida de esportista, você como um grande mouro que és, só tens a dignificar a nossa espécie humana. Cerre o seu punho e acredite, esmurrando o ar, que és um grande guerreiro de DEUS!
Seu irmão e grande admirador.
Rio de Janeiro/Brasil.
10/08/2006.
Emmanuel Avelino.
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