IL POVERELLO

domingo, 6 de agosto de 2017

LUZES E TREVAS....



LUZES E TREVAS


Nós não temos como escapar de uma dessas duas condições existenciais, de que trata o título dessa matéria.  Essa nossa afirmação pode até ser interpretada como sendo um tanto radical, mas não se deve tirar uma conclusão apressada e precipitada do que afirmamos sem antes se fazer uma análise dos fatos que nos conduzem a essa conclusão.

Ora, se nos socorrermos e nos apoiarmos na história da civilização, tomando por base e apoio as obras dos grandes escritores, filósofos e poetas da humanidade, chegaremos à conclusão de que esses são dois pilares, digamos duas colunas  sob as quais se apóia a realidade moral e histórica da humanidade.

Essa é uma luta sobejamente cantada e decantada em prosa e verso, a  do bem contra o mal. Os grandes escritores da literatura universal têm batido e pontificado nessa tecla em suas obras literárias de ficção, criando os meios de compreensão e convivência entre esses dois extremos da nossa realidade humana.

A luta entre o bem e o mal é bíblica, está presente em todos os testamentos e em todas as religiões, ela é mais que tudo escatológica, pois que preceitua o final dos tempos com a vitória nunca negada e nunca desconhecida do bem contra o mal.

Todavia, não devemos nos dar por convencidos e satisfeitos de que já que a vitória será a do bem, devamos cruzar os braços, nada mais fazer e nem nos preocuparmos com o que virá, uma vez que nos é assegurado o triunfo do bem.

Não é bem assim que a banda toca. O bem não se alevanta e se impõe diante do mal por si só. Não! O bem estar dentro de cada um de nós pronto para ser detonado – no bom sentido – contra tudo aquilo que o possa ameaçar e destruí-lo. Porém o bem só permanecerá dentro de nós se nós o convencermos disso, ou seja, se ele o bem observar que em nosso íntimo  prevalecem as nossas boas inclinações em respeito às leis morais, pois são essas que alimentam o próprio bem.

 Caso contrário, digo, caso prevaleça dentro de nós as más inclinações, quaisquer que sejam, estaremos dando condições para que dentro de nós se alevante a pilastra de sustentação do mal. E, como o mal por si  só se destrói – vejam que jogada espetacular das trevas – é claro e evidente que estaremos nos destruindo a nós próprios em nome do mal... Que situação espetacular a favor das trevas!  Que condição satisfatória e aparentemente tranquila, gozam  as trevas quando nos afinizamos com seus argumentos e a sua causa.

Ou seja, sabemos que quando nos identificamos com uma causa e a defendemos, estamos mais do que nunca a alimentando e transformando essa mesma causa numa parede quase que intransponível. Pois é dessa forma e só dessa forma que alimentamos o mal e suas condições  trevosas. Se agirmos de modo  diverso disso que apontamos a estaremos destruindo com os argumentos da causa do bem.

Como vemos, não é tão difícil combater e enfrentar a falta de luzes basta que a tenhamos, por menor que seja, uma nesguinha sequer que seja dela, da luz, dentro de nós. Pronto... Com esse pouquinho de luz que conduzimos em nossa essência divina, lá se foram as trevas, por maior e mais volumosa e tenebrosa que seja, a derrubamos e eliminamos, indiscutivelmente. Podemos até mesmo dizer que seja isso como que um passe de mágica, um milagre. Mas é isso mesmo o que se processa quando saímos das trevas da ignorância e do desconhecimento das leis de Deus, para a luz do conhecimento e da verdade do ordenamento cósmico, que vem a ser o verdadeiro amor de Deus.

Por isso tudo o que se interpuser e se alevantar contra o amor de Deus, tudo o que se desviar e defender modos de procedimentos que não estejam conforme as leis de amor e da fraternidade previstas nas leis divinas, é fato que se poderá ter como sendo obra das trevas.

As trevas só se articulam e só reconhece os seus próprios pares, os seus comparsas, os que a ela se submetem e se subjugam sem nenhum questionamento, os que perante elas se anulam porque admitem que acima dela nada mais lhe interessa, pois que se sentem plenos pelos gozos e prazeres que estas lhes propiciam, enganosamente.

Mas o que fazer se ignoram  tudo, e não se permitem ao menor argumento da razão e da fé. As trevas não se permitem ser contrariada, questionada, interpelada, não admite o diálogo, a razão e o entendimento, dos contrários que é salutar à convivência dos interesses contrariados e da compreensão mútua e do perdão.

Ora, meus irmãos, as trevas não perdoa nada. Não abre mão do seu ímpeto implacável chamado orgulho, irmão menor da sua estimada irmã a vaidade, porque ambos são os verdadeiros representantes do egoísmo e do materialismo do ser humano, onde atuam persistentemente as forças matreiras do príncipe das trevas.

Pois bem, são essas duas realidades com as quais temos que conviver, quer queiramos quer não. Nós não temos condições morais, mentais, psicológicas de nos impormos e determinarmos o que cada ser humano deverá fazer, pensar, agir e proceder. Por isso e em virtude desse fato não podemos impedir e evitar a nossa convivência com seres e pessoas trevosas, atrasadas, ignorantes dos princípios das verdades das leis eternas, pois, esse fato nem Jesus conseguiu evitar.

Aliás, Jesus veio exatamente para nos ensinar a separar o joio do trigo. Para nos ensinar esse caminho e nos mostrar essa verdade. Para isso Ele dizia: “fora da caridade não há salvação”, ou também nos ensinava: “só pelo amor será salvo o homem”, querendo nos alertar para o fato de que ninguém escapa da investida e da perseguição do príncipe das trevas.

Isso nos foi mostrado muito claramente. Ou seja, que temos que conviver a nossa vida toda nos deparando com esses dois  mundos, o mundo das trevas e o mundo do bem. Compete a nós sabermos distinguir quando por iniciativa nossa ou por influenciação estamos agindo e atuando por força do mundo das trevas ou do mundo das luzes. Quando agimos por imposição do mundo nebuloso ou quando agimos em conformidade com o mundo da transparência; Se o mundo que queremos para nós é o do oportunismo ou aquele mundo que nos permite a abertura consciente das oportunidades; ou finalmente se o que queremos é o mundo dos prazeres e dos gozos desmazelados ou para nós é muito mais confortável colocarmos em prática o mundo do fazer o bem para realizar a obra do amor, que são jatos de luzes provindos das mãos de Deus.


Rio, 27/07/2011.


Emmanuel Avelino.

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