A humanidade já está acostumada, melhor seria dizer, habituada, calejada, com os padrões morais, éticos e comportamentais dos homens. Especialmente aqueles que se julgam preparados e em condições de gerir e administrar as instituições políticas e governamentais dos povos.
O que se vê e se sabe é que tais padrões morais não são aqueles adequados, consentâneos e os mais propícios para atenderem aos anseios das nações. O modus operandi dos homens atuais, os homens ditos públicos, deixa muito a desejar.
Como esse fato se reproduz constantemente, vertiginosamente, em escala crescente, e, se tendo em vista o enorme tamanho da máquina pública e do aparelhamento governamental, dá para se imaginar o tamanho do estrago cometido e perpetrado pelos homens públicos, nos tempos atuais.
O ideal seria uma tomada de posição e providência, no sentido de se proporcionar uma mudança radical em tudo que se tem feito, nesse seguimento até os dias atuais. Há uma necessidade gritante, clamando por mudanças fundamentais em todo o sistema político-adminsitrativo dos povos.
Vejamos um simples exemplo: vamos tomar como espelho ou pano de fundo, o que acontece no nosso país, para darmos um exemplo bem próximo de nós. Ousaríamos, inicialmente, sugerir um novo sistema político em substituição ao ora existente. Começaríamos as mudanças de cima para baixo, indicando as regras e estabelecendo os parâmetros a serem seguidos e acatados por todos os indivíduos livres, habitantes de um mesmo universo de contingência, seja este universo de contingências uma nação ou mesmo uma pequena gleba municipal.
O regime político-adminsitrativo a ser adotado poderia ser equiparado a algo sociologicamente e politicamente parecido com o regime democrático. Estamos colocando a coisa dessa forma, isto é, com alguma reserva sobre o regime democrático, porque entendemos que esse regime sempre foi usado como algo que serve a interesses muitos especiais. Estando por de traz desses interesses, de forma muito bem escondida e camuflada, pretensões que sustentam intenções que destoam profundamente das características das verdadeiras bases filosóficas desse regime político.
Melhor dizendo e explicitando para que fique mais claro, não acreditamos nessa democracia, ou pelo menos na forma e no procedimento de certos povos ditos democratas, e até mesmo daqueles tidos e havidos como instituidores da democracia no mundo, no concerto das nações.
Esses democratas agem como se a democracia fosse uma instituição que lhes pertence e que lhes outorga poderes e direitos para dirigirem os destinos da humanidade, como se essa humanidade fosse uma propriedade sua e dos seus acólitos, sempre agindo “à moda da casa.” Ora, a democracia é um conceito universal, onde e em qualquer ponto do globo terrestre, este conceito for agredido, se estará agredindo todo o resto da humanidade, todo o concerto das nações e dos povos. Portanto é um conceito elástico, genérico e não algo da propriedade e do conceito particular de alguns homens públicos e governantes de povos no mundo. O indivíduo humano é o detentor do mais amplo conceito de liberdade, conceito este que se amplia numa cosmovisão sem limites, mas são poucos os governantes que acatam e respeitam esse conceito transcendente da liberdade por excelência do ser humano.
Pois bem, quando o governante age “ à moda da casa”, impõe os seus meios e métodos para a consecução dos seus intentos e objetivos, sem levar em consideração o que melhor convém àqueles a quem as conseqüências dos seus atos atingem, impõem, determinam, se estará perpetrando uma violenta agressão às instituições democráticas.
Tomemos como exemplo um tema da importância internacional como é o caso da Amazônia. Como todos nós sabemos, a Amazônia é esse imenso tapete de florestas tropicais, considerado o maior reservatório de oxigênio do mundo, um verdadeiro celeiro de biodiversidades existente no nosso planeta. Esse universo de vidas pertence a um povo por determinação da estrutura de distribuição geopolítica existente no globo terrestre, assim como o Pólo Norte, esse gigantesco mundo de águas marinhas e pluviais pertence a determinados povos que o administram e o preservam conforme a conjuntura de suas pretensões geopolíticas.
A ingerência de quem quer que seja em um ou outro dos exemplos citados, por pessoas, instituições ou países, significará sem sombras de dúvidas um desapreço, um desrespeito e uma intervenção descabida e imoral, independentemente de qualquer justificativa que se alegue, e, mais que tudo isso, um fato desse jaez se constituirá em um desacato afrontoso à democracia e a auto determinação dos povos.
Celeiro do mundo a Amazônia o é, tal como sustentáculo do equilíbrio das águas marinhas e fluviais do mundo o são as geleiras do Pólo Norte. Qualquer desequilíbrio causado ou provocado em um dos dois exemplo citados, haverá de provocar e gerar efeitos catastróficos para a humanidade. O comprometimento do nosso ar terrestre se dará caso a Amazônia seja maltratada e devastada pelo seu mau uso ambiental e pela agressão a sua biodiversidade.
Da mesma forma se estará provocando conseqüências catastróficas se pelo uso indevido de gazes poluentes e nocivos à camada de ozônio, protetora do nosso planeta terra, se provoque o aquecimento das calotas do globo terrestre, fazendo com que as geleiras do Pólo Norte desçam inundando o planeta. Assim acontecendo se estará antecipando o fim do muito povos, os quais serão tragados e varridos pelas águas do dilúvio, do terremoto, dos maremotos, e das chuvas torrenciais que devastarão a vida do planeta terra.
Esses são temas a serem tratados com muita sensibilidade, com a grandeza dos entendimentos entre os povos do planeta, todavia se observando as limitações das relações que orientam o respeito de autodeterminação dos povos. A democracia entre os povos deverá prevalecer e o seu uso se fará efetivo quando todos e indistintamente todos, souberem acatar os princípios desse direito sagrado dos que habitam esse planeta.
Rio, 20/05/1996
Emmanuel Avelino.
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